quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Verbo



Abri o dicionário interior para deixar as palavras cheias de significados fugirem, pra onde foram? Talvez para a composição de uma canção, quem sabe para uma dedicatória na capa de um livro em lançamento, ou ainda, quem sabe para a tela de um computador. Fugir é necessario. Palavras são opções.



Fogem- me as palavras, letras por letras, verbos que ainda irão se conjulgar me aguardam na próxima esquina, na próxima viagem com novas formas e rebeldias incuraveis.



As gírias, estas sim são insanamente entendíveis. Permeiam as bocas como saliva, encontram na boca do outro um abrigo.



Palavras em estado de dicionário, imoveis, indiferentes, internas, inadequadas, essas brigam entre si, página a página, lutam insanamente.



Liberdade às palavras erradas, choque aos preconceitos linguísticos.



A palavra eu está indo ao encontro da palavra sonho, e a palavra encontro logo chegará.






terça-feira, 18 de outubro de 2011







Quadros pendurados em paredes que de tão brancas, aspiram e inspiram.


Estrelas cadentes caem aqui na minha cama, dentro de um quadro nada branco, brando talvez.


Luzes piscam na cidade, piscaram hoje aqui dentro também, num lugar vermelho, vermelho como o céu.


Automóveis atropelam as poesias do outro lado do mundo, e mesmo assim os dentes brancos ainda sorriem, as linguas dançam o silêncio, mãos ao vento, bolas de chicletes, vidros refletem, reflito- me.


Sinto-me corroída. Aquela cor de ferrugem, livros empoeirados, fotos antigas, o que corroi afinal, o tempo?


Procuro no universo algum lugar, um lar. Uma árvore pra encostar, uma moldura para me enquadrar.