segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


As criações humanas absorvem o lado desumano do mundo, as cores ainda predominam, brilham e prevalecem sob a escuridão do caos atual. Retrovisores arrancados por motocicletas que passaram  mais rápido que imediatamente, no outro retrovisor a vista, estão olhos cheios de interrogações sobre o estado das coisas. Pareciam- me olhos numa tela em movimento, aquela tela que nunca pintei.
Víceras são materias excelentes para se colocar no Museu, pratos fundos sem nenhuma cor, órgãos internos abstraídos em uma curadoria para criticar a própria crítica. Os visitantes pagaram ingresso? Cabelos coloridos se perderam na multidão, linhas do tempo atravessaram a cidade e assassinaram o espaço, graffites tentaram ressucitá- lo, mas já estava tudo estático.


 


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Vida


Raízes e rizomas que se cruzam e criam novas formas subterrâneas
Uma umidade natural de alimento líquido, incolor e inodoro
Sementes de esperança, explosão de vida
Tronco forte como a morte
Galhos espalhados pelo espaço configurando um novo desenho
A paisagem modificada pelo silêncio do crescimento
O verde
As folhas agarradas uma a outra com familiaridade
Ramos desarranjados em espirais secas
Serpentes fortes, cortes atraentes
Ciclos renovadores
Tonalidades novas em copas robustas
Ventanias eficazes
O chão
Respiração de alívio
O renascer, o transcender, o florescer.